Considera-se uma mulher apaixonada pelo que faz? Quando surgiu a vontade de ser comissária de bordo?
Hoje, a minha grande paixão é a minha profissão. Acho que a vontade de ser assistente de bordo foi mais por causa da falta de vontade de continuar no curso em que estava.
O que sentiu quando pilotou um avião pela primeira vez?
Voar o primeiro solo flight é um momento inenarrável e inesquecível. Um misto de felicidade e temor, porque a partir daí sou eu e o avião (risos).
E o que sentiu quando pilotou o maior avião bimotor do mundo, o Boeing 777-300ER?
Fiz parte do grupo que a Boeing foi buscar para os primeiros 777 e, logo ali, apaixonei-me. Ainda era copiloto. O dia em que voei como comandante foi muito especial, um sonho, um presente de Deus.
Alguma vez sentiu medo num voo? Se sim, como ultrapassou esse medo?
Nós estamos preparados para emergências, pois usamos simuladores, fazemos revisões teóricas e treinos... O que não quer dizer que, perante certas situações, não sintamos medo, mas é preciso sempre calma e serenidade.
«A minha grande paixão é a minha profissão»
O que é que o mundo da aviação tem de tão especial, que a conseguiu manter até aos dias de hoje nos comandos?
A aviação seduz e embriaga todos que nela entram, pelas mais diferentes formas, e eu não escapei (risos). Até mesmo quando estou de folga, apanho-me a olhar para cima, quando ouço o barulho de um avião.
Ser comandante obriga-a a estar constantemente atualizada.
Os pilotos são obrigados a atualizações constantes.
Via-se a fazer outra coisa que não fosse pilotar?
Hoje não me vejo a fazer nada profissionalmente que não seja estar no cockpit de um avião.
De todos os destinos para onde já voou, qual é aquele que mais a marcou e porquê?
Todos os destinos me encantam, quer seja pelo povo, pela cultura, pela culinária ou clima. Conseguimos sempre descobrir coisas e vivências diferentes.
«O machismo e a intolerância sempre existiram e não é diferente nos dias de hoje, infelizmente!»