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Quadros de Guerra, Corpos de Luto

Yola Balanga reúne uma exposição que retrata a batalha das mulheres angolanas 

PMMEDIA Pub.
As cicatrizes profundas que evidenciam as lutas difíceis das mulheres são o tema a que Yola Balanga se entregou de alma e espírito, traduzindo-se na exposição «Quadros de Guerra, Corpos de Luto», patente no Ela-Espaço Luanda Arte, em Angola. A artista plástica, cujo nome real é Margarida Balanga, desafia os limites impostos à mulher, as constantes guerras que a limitam e constringem, utilizando o corpo feminino como instrumento de revolta e arma de combate para estas questões culturais. Trata-se de uma exposição de emoções fortes, repartida em nove pinturas, seis fotografias, uma performance e uma instalação, formando um espaço repleto de 17 obras marcantes. 

Uma exposição de emoções fortes
Inspirada pela filosofia de Judith Butler, a jovem estreia-se no mercado nacional com uma dura reflexão sobre o quotidiano da mulher angolana. A temática da igualdade de género é abordada de forma surpreendentemente singular, trazendo à tona questões vulgarizadas e romantizadas pelos agentes de poder. Assim, Yola levanta o véu contra as ideias políticas de uma sociedade que manipula noções como forma de subjugar e limitar a figura feminina. Sempre em torno do universo da mulher, as expressões de arte espelham uma cultura que sofre de desigualdade de género, tema que está entre os mais explorados pela artista, embora também aborde espiritualidade, transcendência e questões políticas e religiosas. Margarida Balanga é licenciada em Artes Visuais e Plásticas e o seu veículo transmissor de arte varia entre a fotografia, o vídeo, a instalação ou a pintura. Caracterizando-se como uma artista transdisciplinar, Yola é representada pela galeria «Ela», em Angola, um espaço envolvido pela arte contemporânea e que já acumula mais de sete anos de história.

As expressões de arte espelham uma cultura que sofre de desigualdade de género
 Resta apenas uma questão por parte da artista: afinal, quais são os corpos que merecem luto público e quais os que se apresentam como precários? Só a exposição o dirá, disponível até setembro, entre terça e domingo, das 12h00 às 20h00. 
T. Joana Rebelo
F. Direitos Reservados