Villas&Golfe Angola
· Gestor, PCE Banco BIC · · T. Joana Rebelo · F. Edson Azevedo

Hugo Teles

«Damos crédito a quem faz Angola crescer»

PMMEDIA Pub.
Com a licenciatura em Medicina Veterinária quase concluída, o seu percurso académico tomou um rumo diferente, direcionando-o para o setor bancário. Acabou por se formar em Gestão, Economia e Banca e há 18 anos que contribui para a solidificação do Banco BIC. Hugo Teles é o atual Presidente do Conselho Executivo, mas foi um dos que viu a organização construir os seus alicerces, tendo já percorrido praticamente todos os cargos de responsabilidade. Conhece os cantos à casa e as ambições dos seus colaboradores. Sabe o que a banca precisa e do que Angola se alimenta para prosperar. Culpe-se a experiência e o profissionalismo, que lhe conferem massa crítica. Tudo o que faz é merecedor do seu empenho, sendo um gestor exigente e empático. Crê que a chave para o sucesso passa pelo fortalecimento do trabalho em equipa, sendo essa uma das suas grandes apostas. 

Fale-nos um pouco de si, do seu percurso profissional e académico, e do trabalho desenvolvido desde que está no BIC.
O meu percurso no banco BIC é o de colaborador empenhado em tudo o que faz. Toda a minha atividade bancária foi desenvolvida cá, onde estou desde a criação, há 18 anos. Antes de ser administrador, funções que atualmente desempenho como PCE, percorri praticamente todas as valências bancárias em cargos de responsabilidade. Conheço bem o banco e todos os colaboradores que fazem desta instituição financeira um dos quatro maiores bancos de Angola. Tenho formação académica em Gestão, Economia e Banca, pela Universidade Católica e pelo Instituto Bancário de Lisboa. Mas, antes de seguir esta vertente, estive quase a concluir a licenciatura em Medicina Veterinária. Provavelmente por influência do criador do BIC, mudei de ramo. O sucesso dele, que hoje é uma referência em Angola no setor bancário, incentivou muito a minha carreira profissional. 

Qual é a importância do trabalho em equipa, para alcançar os objetivos delineados? 
Na gíria futebolística, um treinador só alcança resultados positivos se tiver uma boa equipa, sempre empenhada e determinada em vencer. Numa empresa é a mesma coisa. O trabalho em equipa é essencial para o sucesso de uma empresa. A troca de experiências é um dos grandes valores de um grupo, sendo importante que os colaboradores sintam que são ouvidos pelos responsáveis das várias áreas. Para criar confiança e empatia entre gestores e colaboradores, preservo valores como a lealdade. No BIC, felizmente, temos uma equipa jovem, empenhada e com a ambição de crescer profissionalmente. 

De que forma é que o banco tem fomentado o crescimento do país? 
Angola tem um potencial agrícola como nenhum outro país africano da região subsariana. Estimam-se em 35 milhões os hectares que possuem terras aráveis, pelo que mais de metade não é explorado. O regadio natural é imenso, mas, em sentido oposto, 60% das reservas alimentares são importadas. Neste seguimento, o Banco BIC, nos últimos quatro anos, tem priorizado o setor produtivo agroalimentar. A população angolana está também a crescer ao ritmo de 800 mil pessoas por ano e, de facto, as reservas alimentares não acompanham este crescimento. Achamos que a agricultura e a pecuária possam ser o bem-estar alimentar das populações. Por acreditar que a prosperidade está na produção nacional, o Banco BIC reforça a capacidade dos produtores nacionais que apresentem projetos estruturados e viáveis. Somo o banco que mais crédito concede à economia real do país. Acreditamos no futuro de Angola.
No que concerne à vertente social, criámos há dois anos o programa de responsabilidade social Crescer Juntos, com o propósito de servir as comunidades mais desfavorecidas, financiando projetos pré-selecionados de inclusão social ligados à saúde, educação, cultura e desporto. Investimos inicialmente 500.000,00 USD e fomos ganhando visibilidade e apreço público, neste auspicioso programa de ação humanitária. Rapidamente se juntaram à iniciativa 16 empresas angolanas coinvestidoras, de várias áreas de atividade, que contribuíram com bens e equipamentos. No total, já ajudámos mais de 50 mil pessoas em todo o país. Este ano pré-selecionámos mais 30 ONG finalistas, das 450 candidaturas recebidas. Prestamos-lhes formação e apoio financeiro para que possam operar legalmente. Pertencente à Kymica Humana, Ágata Russel, consultora especializada em Desenvolvimento Humano, é quem está responsável pelo acompanhamento e desenvolvimento dos projetos do Banco BIC, previamente selecionados por um Conselho Consultivo. Na prática, trata-se de um órgão regulador e fiscalizador. 


«O trabalho em equipa é essencial para o sucesso de uma empresa»
Face ao mercado atual angolano, consegue mencionar algumas estratégias para a produção e gestão de riqueza?
O incremento da produção nacional é a única solução para conquistarmos a independência do petróleo e, consequentemente, gerarmos riqueza. Há medidas que saudamos pelo esforço que representam para revitalizar a produção nacional, nomeadamente, na indústria transformadora, na pesca e na agricultura, mas as infraestruturas revelam-se incompatíveis com as necessidades de implementação dos projetos, principalmente para o escoamento de produtos. A burocracia também não facilita, e tudo isto condiciona o investimento estrangeiro e o respetivo know-how, tão necessários ao crescimento de Angola. 

Quais serão os grandes bloqueios ao desenvolvimento económico e humano de Angola, em 2024?
A população está a crescer a um ritmo acelerado, pelo que Angola tem todas as condições para se tornar um polo agregador do desenvolvimento do continente africano. É um país estável e seguro, em contraste com a maioria dos países do continente a que pertence. Cerca de 24 países africanos têm conflitos armados internos, por disputas territoriais, diferenças étnicas e religiosas. Angola, felizmente, não tem problemas dessa natureza, mas, como vive num mundo global, tudo o que acontece lá fora tem reflexos dentro das fronteiras. Os conflitos Ucrânia-Rússia ou Hamas-Israel mexeram com a economia europeia que, por sua vez, reproduz uma influência negativa em Angola. Por isso, e respondendo diretamente à questão, os bloqueios são mais externos do que internos, principalmente o investimento e o acesso ao crédito internacional. Angola tem condições para ser a maior potência regional.

Que mensagem deixaria aos líderes e gestores do país para o próximo ano?
Que continuem a trabalhar em prol do desenvolvimento económico e social do país. Todos juntos, desde governantes a agentes económicos, faremos crescer Angola. Recordo o lema do BIC: «Crescemos Juntos»; por isso é que damos crédito a quem faz Angola crescer.   

Na sua secretária, nunca falta...
Telemóvel, caneta, água mineral e cigarros para combater o stresse.
T. Joana Rebelo
F. Edson Azevedo