Como descreve a performance do grupo Tecnovia Angola no setor da construção?
Em Angola, a Tecnovia tem vindo a assumir um papel cada vez mais destacado no setor da construção, tanto ao nível do privado, como das obras públicas. A concretização de projetos de alto nível, e com interesse relevante para os clientes e para a sociedade, tem-nos conferido o reconhecimento e a notoriedade que muito nos orgulha, pois assenta na cultura e valores do grupo, que preservamos e fazemos questão de relevar, tanto na imagem que ostentamos, como nas ações que diariamente desenvolvemos. Por isso, atualmente, somos reconhecidos pela nossa capacidade de execução, credibilidade, compromisso e qualidade, o que se traduz num trajeto ascendente, sustentado em qualidade e não em quantidade.
Faz quatro anos desde que ascendeu ao cargo de CEO da empresa em território angolano. Como estava a organização quando a encontrou e de que forma tem contribuído para a sua evolução até hoje?
As linhas orientadoras do grupo são desenhadas a médio/longo prazo, existindo uma sequência de ações que necessitam de ser asseguradas para garantir a concretização dos objetivos. Acompanho (diretamente) a operação em Angola há, praticamente, 13 anos, pelo que foi relativamente fácil perceber o caminho que teria de ser delineado quando assumi a liderança da empresa. Conhecendo e assimilando o passado, gere-se melhor o presente e prepara-se melhor o futuro. A evolução terá sempre de ocorrer. Não nos podemos desligar do mundo onde vivemos, porque ele está em constante mudança. Aliás, «mudança» é a palavra que nos tem servido de mote para atingir o sucesso enquanto pessoas e organização. É precisamente este o campo onde mais esforços empregamos, com vista a tornar os nossos colaboradores confiantes para vencer as adversidades que lhes vão sendo colocadas diariamente.
Angola é um país desafiante para se investir?
Sem dúvida! Angola, como qualquer outro país, oferece oportunidades em troca de risco. Quanto maior o potencial de sucesso, maior o risco. Percebendo e aceitando este binómio, estão criadas as condições-base para prosperar. Angola é um país de inúmeras possibilidades para se ser bem-sucedido, em qualquer área ou setor de atividade. Existem imensas carências e, apenas por este motivo, desafios que trazem oportunidades interessantes. No entanto, tem de se desconstruir a imagem que foi criada no passado, de que Angola era um El Dorado e que bastava aparecer para enriquecer. Angola é um país de futuro, com um potencial enorme em termos de recursos naturais, com uma população jovem em crescimento e um curioso orgulho de nação que, oportunamente aplicado, pode fazer de Angola uma das maiores potências (se não mesmo a maior) de África na próxima década.
O que é que deve ser introduzido no país angolano, para que, de facto, se resolva a escassez de talento?
O talento existe, mas tem de ser interiorizado pela governance das organizações, com compromisso e de forma a criar oportunidades para que as pessoas possam demonstrar as suas valências e capacidades. Com o devido acompanhamento, tutoria ou formação de proximidade, acredito que um colaborador possa evoluir e, quem sabe, tornar-se talento.No entanto, entendo também que algo deva ser feito para alterar este paradigma. Deve começar-se por um forte e continuado investimento no setor da educação, onde há uma preparação devida dos mais novos (desde o ensino primário), de forma a evitar que cheguem ao ensino universitário com lacunas graves de matérias basilares, essenciais para um potencial talento futuro.
«Angola é um país de futuro»